V I C I O S E V I R T U D E S

Neste fim de semana eu tive o prazer de receber em Limeira grandes amigos (Kako, Douglas, Bruno, João, Beraldo) para treinar nos picos da cidade. Como já disse em outro post, é bom conhecer a visão de pessoas de fora sobre seu local de treino, eles sempre acham coisas que você ainda não tinha notado. Teve um momento onde falamos sobre o “pega-pega utilizando parkour” e concluímos que todo o seu treino e rendimento cai para cerca de 10% de tudo o que você sabe quando esta sem tempo pra analisar, decidir e saber o melhor meio de fazer um movimento. No caso do pega-pega com parkour você apenas corre e foge quase uma necessidade real de usar o que obteve nos treinos, tem gente que acha perigoso por que você estará se encontrando num momento de “descontrole”, correndo, fugindo. Mas afinal, o nosso treino também vem para caso um dia surja esta necessidade. Então a meu ver, acho importantíssimo às vezes fazer esta brincadeira, pois é nesses momentos que você vê como realmente esta seu parkour.




Compreendendo isso posso iniciar o que realmente pretendo neste texto. No fundo do meu local de trabalho existe o zoológico da cidade, onde também foi feito uma quadra dentro de uma área verde com bancos, corrimões e outras coisas que não são utilizadas já que é apenas para a escolinha que se localiza ali, no corredor do fundo do meu trabalho também da um ótimo lugar de treino (mas aqui é um prédio de patrimônio publico, tombado, o blábláblá histórico de sempre e não vira treinar), esses dias atrás a mocinha da faxina ficou limpando minha sala e eu não sai, sentei na janela e fiquei admirando as coisas possíveis de se fazer ali. Me peguei vendo um cat to cat lindo, poderia ser feito de primeira sem erro, mas eu fiquei imaginando se este mesmo movimento fosse feito a uns 15 metros de altura, tudo mudaria, e isso não é novidade pra ninguém, todo mundo (creio eu) já pegou um movimento e se imaginou realizando sobre uma situação de risco maior do que a que estava ali.
O que incorporei no meu treino foi uma espécie de risco que me impulsiona o medo de errar ativando a vontade de acertar, lógico que não fui a um lugar de 15 metros de altura, mas comecei a me domesticar. Procurei uma coisa que gosto, importante ou que eu queira muito, como uma festa que eu quero muito ir ou um objeto. Bom, fiz o que, como sou viciado em chocolate comprei uma barra da que mais gosto, (haaaa chocolate) levei no meu treino e quando ia fazer movimento que já pratico há tempos tinha algo novo me mandando acertar e gritando pra eu não errar. Se eu acertar eu ganho a barra, se errar fico sem comê-la. Obvio a barra de chocolate não é como minha vida pendurada a 15 metros do chão, mas é um inicio.
A importância de saber como seu parkour esta para quando for utilizado é de importância sim, mesmo que o seu treino avance mais no risco que ele tem, pelo amor de deus não se pendure a 15 metros, não é isso que estou dizendo, mas se tiver mais pessoas treinando com você realize atividades rápidas para se usar o parkour, ou coloque-se sobre erros e perigos “fictícios”, mas seja homem de cumprir com o que combinou consigo mesmo. Substitua a barra de chocolate por outra coisa, você gosta de praia? Se errar uma semana sem ir. Gosta de balada? Então é bom acertar por que se não um mês sem ir pra noite. Agora quer colocar algo importante mesmo em jogo, faça assim: Se você errar não ira pro Brasileiro em Salvador... quero ver se você vai ficar tranqüilo quando for mandar novamente o que esta acostumado. Parkour é mais psicológico que movimento... físico sem controle mental não tem sentido.